(site da foto: http://vanessinhafigueiredo.com)
Um dia destes, lendo Época
Negócios (junho/2012), deparei-me com uma pequena reportagem com o título: “A
Mulher Ideal: estranhos conselhos para as executivas”. Minha curiosidade do
tipo “mulherzinha” aflorou. Qual é a mulher que não fica curiosa diante de uma
reportagem com um título deste? Pode ser na Capricho ou na Época Negócio,
sempre vai fazer sucesso.
A reportagem tomava por fio
condutor o livro Mulheres Perfeitas de Ira Levin e o filme As Esposas de
Stepford. A reportagem, o livro e o filme vou deixar para vocês lerem e
assistirem.
O que me incomodou foi a eterna
fórmula para o estereótipo feminino, seja em casa, seja no trabalho: “[...] as
mulheres devem usar maquiagem para subir a escala corporativa.” Na década de 1960,
as revistas traziam as mesmas fórmulas para as mulheres serem boas donas de
casa: “Se desconfiar da infidelidade do marido, a esposa deve redobrar seu
carinho e provas de afecto, sem questioná-lo".(Revista Claudia, 1962), ou
outra "A desordem em um banheiro desperta no marido a vontade de ir tomar
banho fora de casa".(Jornal das Moças, 1965), ou a melhor “"Sempre
que o homem sair com os amigos e voltar tarde da noite, espere-o linda,
cheirosa e dócil".(Jornal das Moças, 1958).
Pensei mesmo em criticar a
reportagem, mas lembrei-me do que me fez parar diante dela para ler: A eterna
vontade de ser perfeita! Não tenho filhas, mas se tivesse ensinaria a ela,
assim como tento passar para os meus meninos, que não somos perfeitas, nem
nunca seremos, que temos que tentar fazer o nosso melhor, mas sem a expectativa
da perfeição. Porque isto só gera frustrações e tristezas.
Seja uma boa executiva, porque
seu trabalho é bom; seja uma boa esposa porque esta é sua vontade; seja uma boa
mãe porque seu filho merece toda atenção que você puder dar. Seja boa naquilo
que se propõe porque isto faz bem a você. E pronto!