sexta-feira, 28 de dezembro de 2012

Era Dezembro


fonte da imagem: http://eternamenteamobebes
.blogspot.com.br/
2011/11/dormindo-entre-maos.html

Era dezembro, e dezembro tinha sempre um ar de término para ela, parecia mesmo que findava mais rápido que os outros meses. Os dias corriam em uma velocidade diferente, com uma ânsia quase incompreensível pela chegada do novo ano.
Mas aquele dezembro era diferente. Tinha nos braços uma pequena joia que a vida lhe confiava para ser guardiã. Em suas mãos outras mãos pequeninas se perdiam enquanto o encanto do aconchego se desenrolava agora em uma cadência mais leve, mais branda.
Agora dezembro era diferente, dezembro era início. Início da maior jornada da sua vida!

terça-feira, 25 de dezembro de 2012

FELIZ NATAL


Qual é a definição de felicidade?
Hoje acordei as 10 horas da manhã com o chamado pelo telefone do meu irmão, que gritava do outro lado da linha: FELIZ NATAL HOHOHO...
Fiquei na cama mais um tempinho, com o celular e o computador respondendo as inúmeras mensagens de natal que recebi ontem...
Tomei uma xícara de café quentinha, enquanto o resto da casa acordava e me acompanhava em uma breve conversa na cozinha.
Peguei o presente que meu amigo oculto me deu, meu filho, um lindo estojo de sabonetes e o presente que o marido me deu um deslumbrante roupão vermelho e tomei o banho que uma manhã de natal merece.
E uma pergunta me tomou de assalto: Qual a definição de felicidade? O que é ter um Feliz Natal?
É apesar de todos os problemas saber valorizar as bençãos que nos são concedidas!!!
FELIZ NATAL!!!

terça-feira, 18 de dezembro de 2012

Um conto de Natal




Saiu apressada, enfrentou um grande engarrafamento... tinha que comprar os últimos presentes de Natal. Não gostava desta data, era tudo tão comercial.
O sentimento de tristeza e solidão afloravam ...
Havia muito, seus natais terminavam às 20 horas do dia 24, quando entregava os últimos presentes dos sobrinhos. Natal era uma festa familiar, mas ela não acreditava ter uma família. Sempre se achava intrusa na família dos outros.
Quando achava que tinha se desincumbido da última tarefa, comprando a bola de basquete para o sobrinho mais velho, lembrou da cunhada. Não tinha comprado nada para a cunhada...
Pensou em voltar, mas o desanimo tomou de conta. Viu uma lojinha com as luzes acesas e resolveu entrar e comprar alguma coisa lá mesmo.
Entrou...Mas algo estava diferente, procurou um presente na prateleira, mas aquela sensação a perturbava. Levantou os olhos e observou a loja. Nada demais, apenas uma loja de bairro, com uma modesta ornamentação.
De repente percebeu... Não havia papai Noel, ou alusão à neve, ou bolas coloridas ou presentes...Havia um pequeno presépio que se destacava pela iluminação diferenciada e anjos por toda parte...
Ao olhar para o semblante de um dos anjos sentiu como que um afago e uma brasa queimou em seu coração. Ele anunciava: “ Glória a Deus nas alturas e Paz na terra aos homens de voa vontade. Jesus Nasceu!
Aquele foi um natal diferente...A meia-noite foi ao templo, uniu-se aos homens de boa vontade e descobriu: Natal é nascimento, renascimento. E percebeu o que sempre existiu: Não estava só, era muito amada...

sexta-feira, 14 de dezembro de 2012

Vestida para Ensinar


Publicado originalmente no Reflexões em: 30/07/2011 http://profadrianaferro.blogspot.com.br/search/label/Docência%20Superior

Site da imagem: http://sp.quebarato.com.br/sao-paulo/jaleco-feminino-acinturado-7-8-gola-social__83F71B.html
Impressionou-me vivamente a narrativa de vida profissional do Professor de Língua Inglesa Jay Parini, que leciona no Middlebury College, em Vermont, no seu livro “A Arte de Ensinar”. Talvez a surpresa com a leitura agradável decorra do preço módico do livro, comprado em uma promoção, desta de liquidação mesmo, mais pelo título do que por qualquer outro motivo. Mas a surpresa foi muito boa. Muitas de suas lições, com certeza, vão ser minhas companheiras daqui por diante. Aconselho a leitura, principalmente para os docentes, ou para aqueles que pretendem enveredar pelo universo da academia, de maneira nenhuma será perda de tempo.
Em um de seus capítulos, o autor dedica um tópico a falar sobre a vestimenta dos professores, começa com uma frase que eu nunca tinha refletido, mas que é a pura verdade:
“Muito depois de termos esquecido o que nossos professores nos ensinaram na faculdade, lembramos de suas roupas. As roupas têm suas próprias sintaxes e vocabulários, e contam mais do que parecem.”
A reflexão que Parini faz, a partir do vestuário dos seus professores e dos seus colegas de cátedra, me levou, também, a pensar sobre a minha própria maneira de vestir para ministrar uma aula.
Tenho minhas roupas de trabalho. Normalmente me encontraram transitando pelos corredores da faculdade vestida de calça comprida social de cor neutra (preferência para o preto, que é um coringa), e uma blusa que pode variar de acordo com o dia, podendo ir de uma blusa de tecido com mangas compridas, nos dias mais frescos (ou menos quentes), até blusas mais leves para o período mais quente do ano.
Nunca pensei que tivesse um estilo próprio, aliás, moda nem é muito o meu forte. Tanto é assim, que é comum lá pela metade do semestre um aluno (na verdade, normalmente é uma aluna) dizer, meio “sem querer”, frases do tipo “Eita, professora, a senhora gosta desta blusa” (acredito que pela repetição da mesma ao longo do semestre). Também não me incomodo, nem um pouco, em não ser a mais elegante das professoras. Certo dia, estava eu ministrando uma aula e após trinta minutos (dos cem que tenho que cumprir), o salto do sapato quebrou, uma lástima (até sou precavida, tenho sempre um par de sapatos no carro, mas não ia parar a aula por isto), tirei a sandálias e terminei a aula descalça, só depois providenciei uma solução para o problema.
Mas acredito que tenho um modo de vestir para trabalhar que me identifica e constatei isto um dia, quando ao entrar na sala dos professores, uma professora muito querida, levantou-se deu uma rodada e disse: - Olha, hoje estou vestida ao estilo Adriana ( ela estava de calça social de cor neutra e camisa de manga comprida, com uma blusinha por baixo).
Lendo o texto de Parini, fiquei pensando o que comunico com minha forma de vestir, qual a mensagem que procuro passar, mesmo que de forma inconsciente... Já houve um tempo, que ao ir trabalhar tentava parecer mais velha, para impor certa autoridade para meus alunos, mas esta época ficou no passado, já tenho idade suficiente para não precisar parecer mais velha. Eu acho que hoje a minha intenção ao vestir é tentar ser discreta para que o realce e o assunto da aula não seja a cor da minha roupa, ou o modelo do sapato, mas as nuances do conceito de crime ou as peculiaridade do crime de Maus-Tratos, acho mesmo que a intenção, hoje, é desaparecer para que o Direito seja o grande artista em cena. E eu concordo com Parini, ao terminar sua reflexão que “vale a pena todo professor universitário pensar em roupas como uma escolha retórica, e vestir-se de acordo com isto”.

Nota pós-escrito: Este semestre comprei um jaleco lilás... Quem sabe não começo a usá-lo!!!!