quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

Amadurecendo


Um dia nos damos conta que não temos mais uma infância, que nossa juventude também já não nos pertence, apesar de todos os esforços para prolongá-la. Nos damos conta que somos adultos, responsáveis por nossos atos, com crianças que dependem de nós, com pessoas que confiam em nossa decisões, com amigos que nos procuram para ouvir uma possível solução para aquele problema... Então, constatamos que a responsabilidade é a palavra chave desta fase de nossas vidas, e a irresponsabilidade passa a ser para poucos momentos e deixa de ser a regra que foi outrora...
Mesmo que isto possa parecer triste ou saudosista, o atravessar de fases, o amadurecer deve ser uma celebração... É bom olharmos com saudade uma infância e uma juventude bem vividas, mas é importante viver com seriedade o momento presente, sem forçar o corpo e a mente para engessá-la em uma adolescência eterna...È bom ansiarmos pela idade da razão, onde com nossos descendentes menores no colo vamos ter a oportunidade de contar histórias infindáveis da “nossa época”, onde a única responsabilidade que vamos ter com nossos rebentos de outras gerações são as guloseimas que eles vão procurar com ansiedade ao chegar na casa da vó ou quiçá da bisa.

Fonte da imagem:http://24.media.tumblr.com/tumblr_l4g5xharaT1qc21lwo1_500.jpg

segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

Estas são do fundo do baú...



Relembrando agora as travessuras dos meninos, lembrei pérolas do fundo do baú...


Rafael e Gabriel com 6 anos
- Filhos, vocês só tem seis anos, só quero ouvir falar em namoro quando tiverem mais de quinze.
- Agora é tarde, mamãe.

Rafael e Gabriel com 6 anos II
Na tarefa de casa:
- Está pedindo para vc escrever o que faria se o saci aparecesse com a sua única perna quebrada para vc.
Criança pensando
- E então filho, escreve!
- Mãe, como o Saci vai aparecer com a única perna quebrada? Só se ele vier rolando...
- !!!!


Miguel com 02 anos
Miguel, sonolento, vai para a cama dos pais à noite...
Depois de um tempo, começa a chamar o pai aborrecido...
_ Papai! Papai! Tu não tá me deixando dormir...
O pai meio desorientado levanta os olhos e sem entender muito bem pergunta:
_ Quê? Que que você disse filho?
_ Tu não ta me deixando dormir! Ta fazendo assim: Rooooonc, rooooonc...


Rafael e Gabriel com 7 anos
Tarefa de Casa:
Cena típica lá em casa, Rafael e Gabriel fazendo a tarefa, Mac e Dri ao redor, fiscalizando!
Pergunta: _ O que tem hoje e é importante que não tinha antigamente?
Resposta: _ Ah! Pai eu sei, celular, internet, computador...
Pergunta: _ O que tinha antigamente e era importante que não se usa mais?
Rafael pensando!
Vira-se para o Pai e pergunta: _ o que pai, que existia lá no teu tempo?
_ !!!!!!

Gabriel com 8 anos
No caminho do colégio:
_ Hoje a mamãe vai levar vcs até a sala de aula e dá um beijo bem estalado, para todo mundo ver que eu amo vcs!- Falo piscando para o pai.
_ Não!!! Falam os meus mais velhos em coro ( 8anos)
_Por quê?- pergunto ensaiando cara de choro.
_ Mamãe, nós beijamos você aqui mesmo!
E faltando dois quarteirões para o colégio, Gabriel diz:
_ Pode deixar a gente aqui, mesmo, papai!

segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

Choro

(imagem:emquatrotempos.blogspot.com)
O choro manso de uma adolescente que estava em uma mesa à frente da minha, fazia-me querer ir oferecer um lenço, mas o consolo que a amiga lhe oferecia me pareceu bem mais oportuno que a intromissão de uma estranha.
Fiquei, na curiosidade que me é inata, a pensar sobre os motivos de tão profunda tristeza, que marcava um rosto lindo com córrego abundante de lágrimas. Pensei nos motivos que a adolescência tem hoje para chorar, e imaginei que são muitos: a situação do meio ambiente, a desigualdade social, a situação sócio-política do nosso país, as brigas em casa, com muitos lares em desarmonia, as notas na escola, o namoro que não está lá as mil maravilhas, enfim, muitos e bons motivos poderiam ter aquelas lágrimas. Os primeiros motivos, como acontece com todos nós, normalmente não nos trazem lágrimas abundantes, talvez (vamos considerar assim) porque problemas que são de muitos partilhe-se a dor, distancie-se a emoção. Mas os últimos poderiam muito bem levar a jovem ao mais profundo desespero.
Trabalho com jovens, amo-os, amo a vivacidade, a vontade de lutar pelo novo, a alegria esfuziante ao adentrar em sala de aula com a vivacidade de quem tem o mundo pela frente, mas a mesma intensidade com que sorriem eles choram. Términos de namoro, notas baixas figuram entre os principais motivos de desespero, que levam, às vezes, a atitudes extremas.
O choro daquela linda menina poderia, e até acho que deveria, ter um justo motivo, mas nossa juventude tem chorado pelos motivos errados. Chorar é bom, mas não se deve banalizar o choro com aquilo que não merece. Aliás, até devemos chorar sem motivo, mas nunca, nunca mesmo se desesperar. Uma coisa que já aprendi, é que no dia seguinte, normalmente o problema parece ser menor, e muitas vezes a maioria dos motivos dos nossos choros não sobrevive ao tempo e em dois anos nem nos lembramos por quem e pelo que choramos tanto.
Chore, mas nunca deixe este choro deixar a marca da tristeza em seu rosto!

quinta-feira, 5 de janeiro de 2012

Decisão

Chego por aqui para limpar a poeira. Quase um ano sem postar nada. Acho que o Subindo o Tabor ficou um pouco orfão depois que o Reflexões nasceu, mas vou tentar me redimir e voltar a dar vazão aos meus textos...

Estou me sentindo meio de férias, não que dois artigos do Doutorado e meio período de trabalho não estejam me esperando, mas janeiro combina com uma rede armada no quarto e um livro de crônicas. Era o que eu estava fazendo ainda há pouco, lendo Martha Medeiro, e a última crônica termina bem como eu estou me sentindo estes dias: "Amadurecer talvez seja descobrir que sofrer algumas perdas é inevitável, mas que não precisamos nos agarrar a dor para justificar nossa existência."
Sou adepta da filosofia que devemos viver intensamente todos os nossos sentimentos, não gosto muito de remédios para controlar a dor, para dormir, para acordar... Se tenho que chorar, choro, se o sono não chegou, uma noite de insônia põe o pensamento no lugar, e normalmente com o clarear do dia os problemas são menores... Viver nossa vida! Sem a necessidade de holofotes na nossa dor ou na nossa alegria. Correr quando der vontade, entrar no mar, brincar na areia... Tanta gente perde estas delícias com a idade, ficam sentados vendo os outros se divertirem...
A dor de fato é inevitável, e deve ser vivida para se ultrapassar a fase, mas apreciar os pequenos momentos, mesmo entre lágrimas, ajuda muito!
Ser feliz é uma decisão. Eu decidi assim!