segunda-feira, 18 de julho de 2016

Lampejo infantil

Paramos em uma cidadezinha do interior do Ceará, em um mercantil desses que só tem no Nordeste, que vende de tudo um pouco e ainda tem ferro a brasa pra vender.
Miguel se encantou com uma baladeira. Eu, como uma mãe típica do nosso tempo, fiquei receosa de dar um instrumento tão peculiar para uma mente fértil como a dele.
Mas então lembrei da minha infância nos anos 70 e 80, correndo descalça pela vizinhança, apostando derrubar latas com minha baladeira...
A infância do Miguel já está praticamente se despedindo, pouco são os momentos, como o de hj, que ainda vejo algum lampejo infantil, então deixa ele comprar a baladeira, correr ao vento e treinar a pontaria, com os braços esticando o elástico, um olho aberto e outro fechado e mordendo levemente a língua, para dar pulos de alegrias com os acertos... Deixa ele ser feliz apesar de ter nascido neste tempo...

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