Paramos em uma cidadezinha do interior do Ceará, em um mercantil desses
que só tem no Nordeste, que vende de tudo um pouco e ainda tem ferro a
brasa pra vender.
Miguel se encantou com uma baladeira. Eu, como uma
mãe típica do nosso tempo, fiquei receosa de dar um instrumento tão
peculiar para uma mente fértil como a dele.
Mas então lembrei da
minha infância nos anos 70 e 80, correndo descalça pela vizinhança,
apostando derrubar latas com minha baladeira...
A infância do Miguel
já está praticamente se despedindo, pouco são os momentos, como o de
hj, que ainda vejo algum lampejo infantil, então deixa ele comprar a
baladeira, correr ao vento e treinar a pontaria, com os braços esticando
o elástico, um olho aberto e outro fechado e mordendo levemente a
língua, para dar pulos de alegrias com os acertos... Deixa ele ser feliz
apesar de ter nascido neste tempo...
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