domingo, 14 de dezembro de 2014

Ela, a multidão e a chuva

Ela escutou o barulho da multidão, parecia que falavam uma só voz e que todos os que iam e vinham compunham um único corpo cheio e vazio. Não havia cumprimentos, porque ninguém se conhecia. Não havia sorrisos, não havia gestos com as mãos. Não havia, não havia...
E ela sentiu-se só, mesmo com tantos a sua volta. Seu coração doía, e tinha vontade de partilhar sua dor, de parar alguém e pedir um abraço, de receber um carinho ameno e ouvir que tudo ia ficar bem.
Seus olhos procuravam os olhos de alguém, mas só encontravam vazios em seu lugar. Suspirou triste pela vã procura, sentou-se um banco e esperou a dor passar. Tudo passa, tudo passa!

Começou a chover e as gotas tocavam seu cabelo e sua pele envolvendo-a em um clima todo diferente, escorrendo por sua têmpora e misturando-se com suas lágrimas, mas levando-as consigo. Deixou-se fazer parte da chuva, e quando ela acabou levantou-se e sentiu-se pronta para enfrentar qualquer clima, apesar de estar sozinha na multidão.

Um comentário:

  1. Lindo, Dri!
    A chuva lava a alma, leva as cargas negativas e nos prepara, assim como prepara a terra para novas sementes germinarem. A força é despertada e vinda de nós, nos faz maiores! Beijos e Boas Festas!

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